Ossos de um espécime adulto e de seu filhote encontrados num toco de árvore indicam que era uma mãe tentando proteger seu bebê.
A ideia de que uma mãe protege seu filho a qualquer custo parece existir desde que o mundo é mundo. Mas, para a ciência não é bem assim. Estudiosos ainda buscam entender como se deu esse comportamento ao longo da evolução. E uma nova pesquisa da Universidade Carleton, no Canadá, traz pistas valiosas para esse campo de estudo.
A equipe liderada pela professora Hillary Maddin analisou fósseis de mais de 300 milhões de anos de uma espécie chamada Dendromaia unamakiensi encontrados em 2017 em um toco de árvore na região da Nova Escócia, no Canadá. Os ossos – descobertos pelo caçador de fósseis amador Brian Hebert – eram de um espécime adulto e de seu filhote, e estavam em uma posição que indica que o mais velho (a mãe) estava tentando proteger o pequeno.
“Essa é a evidência mais antiga de cuidados prolongados após o nascimento em um vertebrado”, comenta Maddin, em comunicado enviado à imprensa. De acordo com a pesquisa, publicada na revista Nature Ecology & Evolution, esse fóssil é 40 milhões de anos mais antigo que o fóssil anteriormente tido como o mais antigo de uma mãe protegendo seu filho.
Os achados revelam que o Dendromaia unamakiensi tinha penas e era semelhante a um lagarto, embora não seja parente desse tipo de réptil. Os autores explicam que, uma vez que os animais começaram a botar ovos na terra, eles se dividiram em duas linhas evolutivas: uma que gerou répteis, pássaros e dinossauros; e outra, na qual o Dendromaia unamakiensi se encaixa, que levou aos mamíferos.
O ato de os pais se esforçarem para proteger seus filhos e aumentar, assim, a chance de eles sobreviverem é comum no reino animal, mas ainda mais frequente em mamíferos, já que as mães precisam alimentar a prole. Daí porque os cientistas acreditam que o cuidado materno é ainda mais forte nessas espécies.